Esporte

quinta-feira, 27 de maio de 2010 | |

Daniel Oliveira foi meu 1º entrevistado desde fotodocumentário.


Com 43 anos, já participou das paraolímpiadas de basquete em 94 e 95 e até hoje sua grande paixão continua sendo o basquete com uma diferença, na sua juventude era uma diversão, brincadeira sendo as paraolimpiadas uma consequencia e hoje o basquete é o seu trabalho.


Ele fica se segunda á sábado fazendo nos faróis da Praça Panamericana fazendo malabares para os motoristas estressados que transitam pelas ruas de SP.


Ele olha que não é de hoje que exerce esta atividade! Faz somente 10 anos que Daniel anda por aí em sua cadeira de rodas esbanjando técnica e gentileza na Zona Oeste de SP.


Conversamos sobre muitas coisas: sexo, política, acessibilidade, conceitos, pré-conceitos o que me deu muito incentivo para seguir em frente neste projeto.




Ele teve paralisia infantil, nasceu com paaralítico então diz não sentir muito o impacto da perda de algo, mas como todos os entrevistados e agora com o meu olhar, sua maior dificuldade são as barreiras arquitetônicas e a falta de uma polítiva para resolver isso.


Ele viu muita coisa mudar, como por exemplo os ônibus que antigamente era sua grande dificuldade e hoje acha que é seu melhor meio de transporte.


Ele se casou e teve duas filhas. Como teve duas filhas? Por incrível que pareça, mesmo não sentindo as pernas, ele tem um bom reflexo !


Perguntei a ele porque não trabalhar em escritório ou um trabalho de carteira assinada e ele me disse que não gosta de ficar em locais fechados e não tem nenhum conhecimento técnico em nenhuma área, concluiu apenas o 1º grau e nuca trabalhou em outra atividade a não ser esta.


Personagem este que vi em outras ruas de SP e que sempre aparecem alegres e simpáticos!

Daniel na Praça Panamerica em SP.( Foto: Patrícia Otazú , Edição : Caio )

Clovis, um depoimento emocionante.

quarta-feira, 26 de maio de 2010 | |

Clovis, 26 anos, estudante do terceiro semestre do curso de fotografia da Universidade Anhembi Morumbi.

Depois de uma tentativa de assalto, levou um tiro aos 22 anos anos, perdeu os movimentos dos membros inferiores... Assim, como muita gente que se vê nessa situação, ficou perdido no início. Mas com o tempo se acostumou com a nova vida, e hoje é uma pessoa feliz sendo cadeirante.

Leia a seguir a entrevista com ele, um depoimento emocionante:

"Em 2006 eu estava cursando publicidade e propaganda na universidade Ibirapuera. Na noite de 12 de abril decidi não ir pra faculdade, pois estava com problemas acontecendo em minha vida e resolvi sair com um amigo muito próximo para conversar. Fomos de moto para a casa da irmã dele na Chácara Flora, e ficamos por lá conversando. Quando era umas 11:00 da noite saímos para ir embora, quando estávamos parado num semáfora na Av. das Nações Unidas próximo ao SP Market percebi que estávamos sendo seguidos por dois indivíduos numa moto da mesma marca e modelo da nossa, eles ainda estavam longe, e o semáfora estava fechado para nós. Foi coisa de segundos percebemos que iríamos ser assaltados ao mesmo tempo. Quando menos esperei o Thiago (meu amigo que estava dirigindo a moto) acelerou atravessando o cruzamento, num breve momento olhei para trás e não vi mais os assaltantes. Olhei pra frente e respirei aliviado por ter escapado. Em questão de segundos eles colaram do nosso lado armados e cheios de fúria. O nosso desespero foi tanto que começamos a sair na mão com os caras tanto eu que estava atrás quanto o Thiago que estava na frente. Foi soco e cotovelada pra todo lado, um tentando derrubar o outro. Conseguimos ganhar distancia, mas eles não desistiram, vieram atrás de nós até mais ou menos a ponte Transamérica. Isso tudo acontecendo a 120 km por hora em plena 11:00 da noite. Vendo que não iriam conseguir nos parar o assaltante que estava atrás atirou! E adivinha quem era o escudo?Eu!

Levei um tiro na coluna na região lombar, na vértebra L1.

Quando senti o tiro no mesmo instante perdi os movimentos inferiores e comecei a cair da moto. O Thiago vendo eu baleado parou a moto. Os bandidos fugiram, conseguiram apenas levantar o ego deles por saírem sem levar nada. Caído no chão comecei a ver toda a minha vida passar em minha mente como um filme. Comecei a pedir a Deus para não morrer, mas com poucas esperanças de vida. Foi difícil!

Desesperado o Thiago parou um cara que estava passando de bicicleta na hora e pediu pra ligar para o resgate e para a policia! Logo o socorro chegou, fui para o hospital com uma dor muito forte! Uma dor que nunca mais quero sentir! No hospital corria sério risco de vida porque a bala bateu na coluna e fez uma curva indo em direção ao coração. Por sorte e milagre de Deus que ouviu o meu pedido alguns minutos atrás.

A bala parou exatamente dois dedos do meu coração. E desceu para a barriga perfurando o fígado. Depois que acordei vi que estava com uma cicatriz na barriga. Senti um alivio, pois aquela dor tinha acabado. Fui transferido para o Hospital. Nossa Senhora de Lourdes onde fiquei internado por trinta dias. Nesse período fiz mais uma cirurgia para arrumar o osso que literalmente estilhaço a vértebra. Nessa cirurgia foi feito enxerto no osso e colocado uma platina e quatro pinos.

Lá recebi a noticia de que jamais poderia andar de novo. Foi pior do que levar o tiro. Fiquei muito mau e acabei entrando em depressão! Fiquei assim durante quatro meses. Durante esse período em casa sem nada pra fazer comecei a querer resolver tudo sem ajuda de ninguém!

Tudo queria fazer sozinho, e assim foi. Comprei um PC e uma câmera pra me divertir e comecei a usar isso como hobbie. Fotografava amigos e depois fazia tratamento e montagens no photoshop mesmo sem saber mexer.

Comecei a ter gosto por isso e fui usar como profissão. Fui me aprimorando e comecei trabalhar com isso, mais pra distrair a mente. Para evitar ficar pensando na situação. Entrei pra faculdade, fui me aperfeiçoando! Na clinica que eu fazia fisioterapia, foi de muita melhora, pois lá encontrei o caminho para voltar a me reabilitar por intermédio de outros paraplégicos. Fui incentivado por um rapaz que tinha uma lan house e dirigia. Achei um máximo! Pensei: ‘se ele consegue, também consigo’

Vendi meu carro que estava encostado a mais de meses, recebi um dinheiro do seguro de vida que eu tinha para receber, e comprei outro carro. Adaptei, tirei outra CNH e comecei a dirigir! Isso melhorou muito em meu trabalho, pois poderia ir pra onde quisesse. Foi um dos meus primeiros passos.

Voltei a trabalha na empresa depois de dois anos de afastamento. Hoje faço tudo, não dependo de ninguém, apenas pra coisas muito complexas como subir escadas, e ainda assim consigo subir sentado sem ajuda! O ser humano sempre se adapta!

Podemos achar as coisas difíceis, mas sempre nos adaptamos! Basta querer!

Na clinica de fisioterapia eu tinha uma medica a Doutora Midori, ela fez um estudo mais especifico do meu caso e viu que a minha lesão não tinha sido completa e sim incompleta. Vou explicar melhor: A lesão medular completa te impossibilita de andar pra sempre, ou seja, o paciente não sente nada, não mexe nada, e nunca mais poderá andar novamente. Os médicos não dão tempo preciso, pois isso só o corpo irá dizer. Não tem como saber quando, apenas esperar respostas e melhoras significativas do seu organismo.A cirurgia que tinha pra ser feita foi feita, porque a medula é um órgão muito sensível, ela passa no meio da nossa coluna espinhal e é ligada ao cérebro. É ela a responsável pelo comando de movimentos de todo o nosso corpo. Em cada vértebra se houver lesão há uma parte do corpo que é mais afetada, se a lesão for mais acima você ira ficar paralisado no pescoço, por exemplo, paralisa tudo menos a cabeça. A minha foi mais a baixo. No meu caso não mexo das coxas para baixo.

Recapitulando:

A Doutora Midory estudou meu caso e concluiu que haveria chances de eu voltar a andar porque surgiram formigamentos naturais do corpo. Como: Sinto dormência, formigamentos e consigo mexer bem pouco a perna esquerda. A sensibilidade das coxas voltou e a parte intima também voltou a ativa... Graças a Deus! E sinto uma coisa chamada Dor Neuropática, também conhecida com Dor Fantasma, onde eu sinto dor nas pernas, mas não sinto as pernas. É complicado... Essa dor é uma resposta mal compreendida pelo cérebro.

Explicando melhor é assim:

O cérebro manda informação para as pernas para obter resposta, quando a informação passa pela medula e chega à parte lesada há um ‘curto circuito’ e apenas parte da informação chega nos nervos da perna Como os nervos lesados não respondem, ele envia novamente a informação para o cérebro, e o cérebro entende como dor, daí a dor. É uma coisa meio psicológica, mas dói bastante. Esse fato de descobrir que minha lesão era incompleta me fez quere mais ainda tentar viver a vida. Curtir!

Isso me fez querer correr atrás de tudo sem desistir, porque sei que ainda vou conseguir! Estou nessa luta vão fazer quatro anos! E olha, aprendi muita coisa nesse tempo! Por isso não gosto de reclamar, porque Deus sabe de tudo!

Aprendi a dar valor às pequenas coisas. Antes quando sentia as minhas pernas ia até na padaria de carro, tudo era motivo para usar o carro. Tinha uma preguiça enorme, agora tenho vontade de fazer uma caminhada, correr, andar de ônibus. Andei pouco depois do acidente. Mas é isso, as pequenas coisas fazem falta... Sair na rua sem rumo só pra andar, subir uma escada, pular um muro! São pequenos gestos que para quem anda não faz diferença, mas depois que você se vê numa situação como a minha, essas pequenas coisas são importantes e você deseja mais que tudo poder fazê-las.”




Clovis, que também é estudante de fotografia, mostra agilidade com a câmera. (Foto: Arquivo Pessoal)


Nas dependências da Universidade Anhembi Morumbi (Foto: Arquivo Pessoal)


Além de fotografo, Clovis também gosta de ficar na frente da lente. (Foto: Carla Burnato)


Fácil acesso na faculdade. (Foto: Carla Burnato)


Clovis, na Anhembi Morumbi, campus Morumbi. (Foto: Caio Ferraz)



Entrevista: Geisiane Bezerra
Fotos: Caio Ferraz e Carla Burnato
Edição de fotos: Caio Ferraz
Edição de texto: Carla Burnato e Geisiane Bezarro

Fernando Aranha - Copa Brasil de Ciclismo Paraolímpico, 02 Maio

quinta-feira, 20 de maio de 2010 | |

Força e determinação!
Fernando Aranha conquistou o 1º Lugar na prova de Handbike nos dois dias de competição ( 1 e 02 de maio 2010).

Para saber mais sobre Fernando Aranha e a compertição da Copa Brasil de Ciclismo Paraolímpico visitem o site do Clube do Ciclismo.

http://www.clubedeciclismosjc.com.br

Legenda: Copa Brasil de Ciclismo Paraolímpico,Fernando Aranha, 02 de Maio 2010
Foto e Texto: Patrícia Otazú

Roberto Carlos Silva

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Roberto Carlos Silva, upload feito originalmente por Imagem e Inclusão.

Superação!

Uma Atitude Paradesportiva

quarta-feira, 19 de maio de 2010 | |

Fazer a inclusão não é apenas assistir á novela e aplaudir atitudes dos outros! Vai além das palavras e de textos meramente políticamente corretos!

A Ong Atitude Paradesportiva é um espaço aberto para quem quiser praticar a inclusão não apenas da pessoa com algum tipo de deficiência no esporte e sim o respeito pela diversidade bio genética do ser humano.


Espaço de lazer e competição!

De aprendizado e concentração!

Espaço para os mais belos sorrisos!

Sem excessão!

Espaço de alegria e criado para fazer a alegria!

Espaço para ser quem vc é ...

Ou quem você deseja ser!

Espaço para viver o presente e construir o futuro!

Aonde a determinação nasce de parto normal ....

e a superação acontece de forma branda e gradativa!

Atitude Paradesporiva : Espaço aberto á todas as idades e para todas as pessoas que desejam ter mais qualidade de vida!

Mais informações: http://www.atitudeparadesportiva.org/

Texto e Fotos: Patrícia Otazú

Legenda: amanhã...

Passageiros dificultam acesso de cadeirante no metrô de SP

terça-feira, 11 de maio de 2010 | |

Mulher só conseguiu embarcar após 15 minutos de tentativas.
Espaço para deficientes não foi respeitado na Estação Sé.


Essa noticia me chamou a atenção hoje quando entrei no site do Globo.com. Mostra o quanto os passageiros de transportes públicos não respeitam os direitos de certas pessoas, como cadeirantes, idosos e gestantes que tem acentos preferenciais nesse tipo de transporte.
Essa noticia mostra que as pessoas devem mudar seu comportamento, o respeito e solidariedade nesse tipo de situação, é um dever, pois a pessoa com mobilidade reduzida tem o direito de usar qualquer transporte, e ás vezes o governo dá uma infraestrutura correta, mas quem não respeita são os usuários.
Vamos acordar Brasil, o transporte publico é um direito de TODOS.

Segue o link da matéria.




Fonte: Portal G1 da Globo.com

Por: Carla Burnato

Para quem tem um filho Especial - Por Antônia Yamashida

domingo, 9 de maio de 2010 | |


E foi assim...
Quando eu pensava que você não era.
Tive que aceitar que era.
A aprender a te amar mesmo assim.
Quando eu imaginava que você não podia, você foi lá e fez.
Nos momentos difíceis, eu me desesperava.
E você sorria.
Nos momentos de dor, eu sofria.
E você lutava...
...E sua vida, para as pessoas que não te conhecem, é um martírio.
Enquanto para você, é como um circo, onde o importante é se divertir.
Nas horas de dores você luta.
Nas dificuldades você ri.
Onde te julgam coitado,
Você se faz vencedor.

Você! Mesmo sendo criança, me fez crescer.
Sem sentar, sequer, Você mudou minha postura.
Sem andar,
Você me fez caminhar.

Com todas as suas dificuldades
Você me ensinou a resolver as suas e as minhas.
Mesmo antes de falar sua primeira palavra
Ensinou-me o diálogo.
Os seus defeitos visuais
Fizeram-me enxergar.

A sua imaturidade
Fez-me madura.
E com a sua dependência diária
Você me fez independente...

Texto de contracapa do Livro " A trajetória de uma Mãe Especial de Antônia Yamashita
Legenda:Lucas em sua residência, dia 02 de Maio.
Foto: Patrícia Otazú

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